Noite procelosa
Nuvens espessas
Raios riscando o céu
O avião ao léu
Agonia e tribulação
Angustia no coração
Sonhos que se desfazem
Na noite, na solidão.
Noite procelosa
Prenunciando a dor
Chuva torrencial
Raios em esplendor.
Escuridão mortal
Aeronave em desalinho
Precipitando no vácuo
Ave caindo do ninho.
Sem rumo, sem esperança
Sem qualquer norte
A agonia de ver a pista
Para o pouso com sorte.
A angústia e o lamento
O pulsar mais forte
O desespero sem igual
Ao encontro da morte.
O voo e o erro calculado
O elo arrebentado
A queda no morro
E o avião sinistrado.
A pista tão perto
A fuga da esperança
A destruição da luta
Dos sonhos de bonança.
A queda, a dor, a morte,
A luz que se esvaece
Os corpos que caem
A luz que do céu desce.
A luta está perdida
Os sonhos viajam ao léu
Choram as almas
Quando alçam ao céu.
Morte-destino?
Cada um com sua cruz!
Almas em conforto
No regaço de Jesus.
A escuridão se dissipa
E um clarão no infinito
Surge como um sol
Em um caminho bonito.
Na dimensão do amor
De luzes e claridades
Eles são recebidos
Por belas entidades.
Um lampejo no céu
Um clarão reluz
As almas se elevam
Cada um com sua cruz,
Encontrando consolo
Nos braços de Jesus.
Descobrem resignação
Paz e abrigo
Num regaço meigo
Em um ombro amigo.
Seguem pelo caminho
Às regiões de luz
Segurando a mão
Terna do amigo Jesus.
Vão à eternidade onde
Seus sonhos se realizam
Encontram o amor de Deus
E a paz que tanto precisam.
Luiz Marini, 02 de dezembro de 2016.