Ari olhou para as jovens e lhes disse:
- Estamos com uma jovem que é fugitiva de outro povoado. Tenho uma surpresa para vocês. Quero apresentar meu amigo Joel, um companheiro que comigo segue em excursões à crosta.
Nesse instante, Joel surgiu no campo. Era o grande perseguidor de Marilda. A moça sentiu-se desfalecer ante a presença do ex-marido. Joel aproximou-se, abraçou Ari e lhe disse:
- Obrigado companheiro por prender essa fugitiva! Há muito tempo estou atrás dela e não consigo prendê-la. Ela foge igual a um rato que se esconde do gato.
Ari sentiu-se lisonjeado por ajudar o amigo. Sorriu e perguntou:
- Joel você poderia nos contar a sua história e o porquê de querer tanto essa mulher ao seu lado?
- Vou lhe contar: Quando encarnados, Marilda foi minha esposa. No início foi tudo às mil maravilhas. Com o tempo fui perdendo o interesse nela, pois desconfiei que ela tinha um amante e me senti no direito de também me arrumar uma amante. Ela não aceitou isso e certo dia em que discutimos, ela me baleou utilizando o meu revólver. Não a perdoei e a persegui durante dois anos até conseguir provocar um acidente em que ela morreu. Então fiquei em paz. Em seguida fui procurá-la para reatar nosso casamento, mas ela sempre fugiu de mim. Agora vou levá-la comigo para o nosso povoado para que seja submissa e saiba quem é que manda em quem.
- Você é quem tentou me matar com uma faca. O que fiz foi apenas me defender – gritou Marilda.
- Você está enganada Marilda. Você é uma assassina e deve pagar pelo que me fez.
- Prefiro mil vezes vagar por aí a viver sob o mesmo teto que você.
- Agora você está presa e não adianta choramingar. Vai voltar comigo e me obedecer.
- Você vai ter que me controlar a cada segundo, pois na primeira oportunidade eu fujo novamente.
- Se for preciso você será amarrada e não conseguirá fugir.
- Um dia você dormirá e eu fugirei para bem longe daqui.
- Você nunca conseguirá. Um dos meus homens estará sempre por perto.
Marilda calou-se, pois sabia que não adiantava discutir com o seu verdugo. O melhor era ficar quieta e deixar que o tempo oferecesse a oportunidade de fugir. Deus lhe permitiria que isso acontecesse, mais cedo ou mais tarde.