O Espírito com sede insaciável
Perambula pelas ruas ao léu
Tem dos encarnados o mesmo céu
Também o mesmo vício indomável.
Chega perto de homem miserável,
Mendigo de seu carma, pobre réu.
Da vida um sujeito abjeto e incréu,
Que puxa de um litro descartável.
A sede do Espírito e do mendigo
Em minutos encontram seu abrigo
Sorvendo grandes goles de cachaça.
A dupla carrega um liame antigo
O Espírito descansa no ombro amigo
Em tosco banco da escura praça.
Luiz Marini 09-11-2018