O dia estava começando a clarear, quando, volitando, cheguei à casa da avó Maria. Ela estava me esperando no alpendre, com um sorriso jovial, com os braços abertos para o abraço de sempre.
- Como que foi a noite Maria Rosa? – perguntou a avó.
- Tudo bem. Tivemos muito trabalho, mas com os companheiros que temos, tudo fica fácil de resolver - respondi, ajeitando-me no banco junto com a avó.
Então narrei os acontecimentos ocorridos na cidade espiritual, mostrando preocupação quanto ao desenrolar das atividades no dia, pois os atacantes estavam mesmo dispostos a derrubar os portões da cidade.
A avó Maria contou que, no dia anterior, recebeu a visita de uma senhora e suas duas filhas, vindas de uma cidade espiritual que fica nas imediações geográficas da cidade de São Paulo. Essa senhora, Dona Ana, visitou-a a pedido dos mentores de sua cidade, para que pudesse auxiliar nos problemas que estão ocorrendo com a cidade Recanto de Luz. Quando a avó ia começar a contar a história da Dona Ana, vimos chegar três homens que se vestiam como generais e um jovem oficial.
Educadamente nos cumprimentaram e se apresentaram como sendo Augusto, Renato e Paulo. Augusto estava chefiando a delegação. Acompanhando os generais, conhecemos um tenente, jovem, que o general nos apresentou como sendo Alberto, seu pupilo.
Com educação, Augusto usou a palavra para nos dizer que estavam a disposição para auxiliar a enfrentar os Espíritos agressores. Seus superiores haviam pedido que se apresentassem para colaborar no que fosse preciso.
A pedido da avó Maria narrei os acontecimentos no campo de batalha, o que os deixou muito intrigados.
- Quantos homens os senhores têm disponíveis? – perguntei para iniciar o diálogo.
- Mais de três mil homens estão a disposição – respondeu Augusto.
Era um senhor maduro e apresentava muita convicção em suas palavras.
- A que batalhões pertencem? - Voltei a perguntar.
- São três batalhões, com soldados egípcios, hindus, franceses e brasileiros. Além disso, temos os cavaleiros mongóis, samurais, índios norte-americanos e brasileiros.
- Gostaria de dizer aos senhores que temos perto de quatrocentos cavaleiros prontos para o combate – elucidei aos comandantes. - Bom número deles, faz parte de nosso Reduto e os outros, arregimentei de diversos lugares. São altamente especialiados em enfrentamento com os combatentes do umbral. Já estão em prontidão! Penso que devemos planejar o que fazer de agora em diante. Temos um bom número de soldados para enfrentar os invasores.
- Onde nos reuniremos? - Perguntou o general Augusto.
- Existe um vale a cerca de cinco quilômetros da cidade e que fica às escondidas da estrada principal. Será um ótimo lugar para preparar os soldados e esperar a ordem de ataque. É importante que os comandantes dos inimigos não saibam que estamos preparando a reação – respondi com a certeza íntima de que estávamos fazendo a coisa certa.
- Tem outra coisa, meus amigos - falei com convicção –, quando lá estivermos, pensaremos como atuar na campanha. Tenho em mente algo muito importante e que devemos colocar em prática: dividir o exército inimigo para combatê-lo em grupos. Assim estarão enfraquecidos.
A avó Maria então nos disse que tinha o pressentimento de que deveríamos seguir o rapidamente para a cidade, antes que acontecesse algo pior. Também nos incentivou a enfrentar com muita coragem o desafio sabendo que Deus está ao nosso lado.
Ao me abraçar, na despedida, me disse:
- Depois te conto o que a Dona Ana veio fazer aqui...