De repente, ouvimos passos apressados que se aproximavam. No fundo do campo surgiu um grupo de Espíritos belicosos, armado com espadas e lanças. Em passos rápidos e, em uníssono, alcançaram os Espíritos que estavam à nossa frente.
O comandante dos celerados, homem grandalhão, de barba e cabelos compridos, portando uma espada na mão, gritou aos comandados.
- Procurem por Marilda. Ela está disfarçada e escondida em algum desses grupos, incógnita entre esses sofredores. Aproveitem a vistoria e encontrem aqueles que estejam em sintonia conosco e tragam aqui.
Os Espíritos combatentes procuravam em cada semblante, tentando encontrar Marilda. Muitos Espíritos foram presos e levados pelos que estavam à retaguarda. Muitos gritavam, mas de nada adiantava, porque, sob a força bruta, eram conduzidos até o grupo que estava no centro do gramado.
- Aqui, Joel, aqui. – gritou um dos subordinados, chamando o comandante.
- Encontrou a fugitiva? Perguntou o chefe.
- É parecida com ela – respondeu, enquanto conduzia a moça pelo braço.
Joel observou atentamente o semblante da moça e, demonstrando desânimo, disse:
- É parecida, mas não é Marilda. Levem-na à retaguarda, pois pode servir aos nossos propósitos.
Os comandados obedeceram à ordem e levaram a moça até o grupo de vigilantes no fundo do campo. Aquietou-se o campo e as vozes dos Espíritos não se ouviram por alguns minutos. De repente, o silêncio foi quebrado pelo correr de uma moça.
Ela surgiu dentre os andarilhos e correu para a floresta que se desenhava ao lado do campo. Quando chegou ao limiar do campo, parou. Virou-se e gritou ao comandante:
- Joel, você nunca colocará as mãos em mim.
Dizendo isso, embrenhou-se na mata desaparecendo de nossas vistas. Os comandados saíram em seu encalço como se loucos fossem tentando a toda sorte alcançá-la.
Alguns minutos depois retornavam de mãos vazias. O comandante esbravejou e gritou impropérios por não lograr êxito em capturar a fugitiva. Era ela. Era aquela que procuravam sem cessar: Marilda, a fugitiva.