CAPÍTULO 46
Pedido de Socorro
As filhas de Antonio são perseguidas e
pedem socorro a Luisinho e à avó Maria.
Luisinho e a avó Maria se aproximaram pedindo para que eu fosse com eles até a cidade onde mora o casal que está em tratamento no Centro.
A volitação é um atributo maravilhoso que os Espíritos bons possuem e que podem exercer quando quiserem. É um predicado que está à disposição e que facilita sobremaneira a locomoção.
Em segundos chegamos à residência do casal e observamos um grande alarido no lado espiritual, onde diversos Espíritos menos esclarecidos cercavam as duas meninas. Elas portavam pedaços de madeira e tentavam se defender dos atacantes. Eles se defendiam e atacavam, rindo, sabendo que poderiam subjugá-las quando bem entendessem.
Os gritos de socorro saíam de suas mentes e chegavam até nós como um raio de luz. O pedido fora registrado pela avó Maria e Luisinho que me avisaram a tempo de chegarmos para enfrentar os malfeitores. Estavam armados com revólveres, carabinas, punhais e chicotes.
Quando aparecemos os contendores levaram um susto, pois jamais imaginariam que haveríamos de chegar para ajudar as meninas. Uma viva de alegria das meninas e um “uuuuuh!” de descontentamento, por parte dos malfeitores, foram ouvidos no local.
Separamos os combatentes e pedimos para os Espíritos perseguidores que se afastassem e deixassem as meninas em paz. Risos de deboche foram o que ouvimos em resposta ao pedido. Mas entre o riso e a ação foram poucos segundos e o grupo nos atacou com violência desmedida.
Como atacou também recuou, pois os componentes chegaram com as armas apontadas para nós, prontas para disparar. Não deu tempo de pensar em atirar e já estavam no chão estertorando depois de uma rasteira de um laço bem manejado. Vieram novamente com fúria e foram repelidos com a força de nossos pensamentos.
As trevas não conseguem combater a luz e caem diante do poder de Jesus e dos bons Espíritos. Quando viram que não eram páreo para nós, saíram em debandada nos rumos de uma mata próxima, onde se esconderam.
As meninas estavam felizes com nossa presença e nos abraçaram demoradamente. A avó Maria então lhes disse:
― Está na hora de descansar, arranjar um repouso seguro para recuperar as forças e recomeçar a caminhada rumo a Deus. Sua mãe já está bem recuperada dos ataques das forças inferiores e, dentro de alguns dias, vocês poderão visitá-la.
― Nós não vamos mais ser perseguidas por esses homens maus? – perguntou Marcela.
― Não! – respondeu a avó Maria - Deste momento em diante vocês estão sob nossa proteção. Seguirão conosco para nossa cidade onde receberão o tratamento adequado e, dentro de alguns dias, estarão totalmente recuperadas.
― Para onde vamos tem hospital para o tratamento que a senhora nos indicou? – tornou a perguntar Marcela.
― Nossa cidade tem hospitais, escolas, oficinas, residências, laboratórios e tudo o mais que é necessário para o estudo e aprimoramento dos Espíritos.
― Depois poderemos rever nossa mãe? – ainda era Marcela a perguntar.
― Temos que fazer o tratamento primeiro e depois então veremos a melhor maneira de aproximar vocês da mãe. Vamos por partes que fica mais fácil de resolver os problemas.
― O que aconteceu com nosso pai? – a pergunta veio de Marta, que tinha os olhos tristes ao lembrar o genitor.
― Ele está num lugar de difícil acesso, mas estamos nos aprontando para resgatá-lo. Logo estará com vocês para uma nova empreitada na vida.
Nesse instante chegou à casa a mãe das meninas, vindo do serviço. Parou em frente à residência e esperou a filha que retornava do colégio. Depois de um abraço entraram em casa e fecharam a porta.
Olhei para a avó Maria e Luisinho e, com um aceno de positivo, com a cabeça, conduzimos as meninas até a residência.
Entramos e ficamos ao lado de Mirtes enquanto as filhas se abraçavam à mãe, deixando que a saudade tocasse fundo em seus corações. A irmã levantou-se do sofá e se achegou à mãe, abraçando-a ternamente.
― Estou com a sensação de que alguém muito querido está ao nosso lado – disse a mãe à filha – É algo que não consigo compreender como acontece, mas tenho a impressão de que não estamos sozinhas.
― Também sinto isso, mãe, mas não consigo entender o que é. Se for alguém que nos quer bem, agradeçamos a Deus por estarmos juntos nesse momento.
Deixamos que as meninas ficassem mais de meia hora com a mãe e a irmã e depois solicitamos que se despedissem, pois tínhamos que voltar à nossa cidade e começar o tratamento com o Dr. Jorge Luís.